Para cada coisa ruim que acontece com você, dez outras boas lhe são dadas.
Você deve, portanto, passar dez vezes mais tempo reconhecendo e se encantando com as belezas da vida do que reclamando daquilo que não deu certo.
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
Carta de Fernanda Young para uma "amiga"
Companheira, sei que você vai chorar quando ler esta carta, mas quero deixar de ver você por uns tempos. Vai ser difícil para mim, pois me acostumei à sua presença, porém não vejo mais motivos para continuarmos juntas. Não nego sua importância: em diversos momentos difíceis da minha vida você permaneceu comigo, mesmo quando todos se afastaram. Só que, com você, sinto que não ando para a frente. Esse seu pessimismo me atrapalha.
Tenho tentado evitar você de todas as maneiras, e isso não é legal. Ainda mais porque sei que se magoa por qualquer coisinha. Mas basta você chegar e lá se vai a minha alegria. Não agüento mais os seus assuntos mórbidos, a sua cara desanimada. Até sexo, com você, ficou sem graça. Nada mais broxante que gente que chora durante a transa.
Perdi anos de minha vida ao seu lado, tristeza, acreditando em tudo que você dizia. Que o amor não existe e que o mundo não tem jeito. Você é péssima conselheira para suas parceiras - que o digam a Marilyn e a Sílvia*. Agora, chegou a hora de dar chance à alegria, que há muito tem mostrado interesse em passar uns tempos comigo. Ela me elogia, sabe? Você? O único elogio que eu lembro de ter ouvido de você foi que eu fico bem de olheiras.
Veja bem: não estou dizendo que quero acabar com você para sempre. Sei que estou presa a você, de uma forma ou de outra, pelo resto da vida. E podemos muito bem ter nossos momentinhos juntas, aos domingos ou em longas tardes de poesia. Só não posso é continuar à mercê dos seus péssimos humores, dia após dia, sabendo que você nunca irá mudar. Chega de fornecer moradia à sua pesada existência.
Desde pequena, abro mão de muita coisa pela sua companhia. Festas a que não fui porque você não me deixou ir, paisagens lindas nas quais não reparei porque você exigiu de mim total atenção, amigas que perdi porque insisti em levar você comigo a todos os lugares.
Ora, tristeza, tente ao menos ser mais leve. Sorria de vez em quando, pare um pouco de se lamentar. Ou vai continuar sendo assim: ninguém querendo ficar com você.
Não vou cobrar o que deixei de ganhar por sua má influência, pois sei que tristezas não pagam dívidas. Mas quero de volta meus discos de dance music, que você tirou da prateleira. E minhas roupas estampadas, que sumiram do armário depois que você se instalou aqui.
Por favor, não tente entrar em contato comigo com as velhas razões de sempre. Não é a fria lógica dos seus argumentos que irá guiar meu coração daqui por diante. Quero ver a vida por outros olhos, que não os seus. Quero beber por outros motivos, que não afogar você dentro de mim. Cansei da sua falta de senso de humor, do seu excesso de zelo. Vá resolver as suas carências em outro endereço.
Como me disse o Lulu, hoje de manhã, no carro, a caminho do trabalho: "Não te quero mal, apensa não te quero mais".
Bye-bye,
Fernanda
(Fernanda Young é escritora, roteirista e apresentadora de TV)
* A autora refere-se à morte da atriz Marilyn Monroe e da poetisa Sylvia Plath
Tenho tentado evitar você de todas as maneiras, e isso não é legal. Ainda mais porque sei que se magoa por qualquer coisinha. Mas basta você chegar e lá se vai a minha alegria. Não agüento mais os seus assuntos mórbidos, a sua cara desanimada. Até sexo, com você, ficou sem graça. Nada mais broxante que gente que chora durante a transa.
Perdi anos de minha vida ao seu lado, tristeza, acreditando em tudo que você dizia. Que o amor não existe e que o mundo não tem jeito. Você é péssima conselheira para suas parceiras - que o digam a Marilyn e a Sílvia*. Agora, chegou a hora de dar chance à alegria, que há muito tem mostrado interesse em passar uns tempos comigo. Ela me elogia, sabe? Você? O único elogio que eu lembro de ter ouvido de você foi que eu fico bem de olheiras.
Veja bem: não estou dizendo que quero acabar com você para sempre. Sei que estou presa a você, de uma forma ou de outra, pelo resto da vida. E podemos muito bem ter nossos momentinhos juntas, aos domingos ou em longas tardes de poesia. Só não posso é continuar à mercê dos seus péssimos humores, dia após dia, sabendo que você nunca irá mudar. Chega de fornecer moradia à sua pesada existência.
Desde pequena, abro mão de muita coisa pela sua companhia. Festas a que não fui porque você não me deixou ir, paisagens lindas nas quais não reparei porque você exigiu de mim total atenção, amigas que perdi porque insisti em levar você comigo a todos os lugares.
Ora, tristeza, tente ao menos ser mais leve. Sorria de vez em quando, pare um pouco de se lamentar. Ou vai continuar sendo assim: ninguém querendo ficar com você.
Não vou cobrar o que deixei de ganhar por sua má influência, pois sei que tristezas não pagam dívidas. Mas quero de volta meus discos de dance music, que você tirou da prateleira. E minhas roupas estampadas, que sumiram do armário depois que você se instalou aqui.
Por favor, não tente entrar em contato comigo com as velhas razões de sempre. Não é a fria lógica dos seus argumentos que irá guiar meu coração daqui por diante. Quero ver a vida por outros olhos, que não os seus. Quero beber por outros motivos, que não afogar você dentro de mim. Cansei da sua falta de senso de humor, do seu excesso de zelo. Vá resolver as suas carências em outro endereço.
Como me disse o Lulu, hoje de manhã, no carro, a caminho do trabalho: "Não te quero mal, apensa não te quero mais".
Bye-bye,
Fernanda
(Fernanda Young é escritora, roteirista e apresentadora de TV)
* A autora refere-se à morte da atriz Marilyn Monroe e da poetisa Sylvia Plath
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
Renovando-se
Qual foi a última vez que você se presenteou? Não lembra?
A corrida do dia a dia costuma nos pregar estas peças, nos deixa tão atordoados, procurando resolver problemas, cumprir prazos, manter rotinas, que acabamos nos perdendo em meio a tudo isso.
Já pensou em fazer uma parada para levantar o astral?
Hoje resolvi ter coragem e enfrentar a tesoura da cabeleireira. Meus cabelos estavam com os fios muito longos, as pontas quebradas, mas eu continuava relutante, com medo de me arrepender de cortá-los.
Não fiz nada radical, só tirei as pontas e fiz um leve repicado de franja longa para emoldurar o rosto. O resultado não poderia ter sido melhor. Saí do salão me sentindo outra pessoa, mais alegre, mais confiante.
Pequenas coisas como um novo corte de cabelo, uma blusa nova, uma massagem, um banho de sol, entre outras possibilidades, é que renovam a nossa auto-estima, melhoram nosso astral e, conseqüentemente, a nossa interação com o mundo e com as pessoas que nele vivem. E, tudo isso junto, só pode atrair energias positivas.
A corrida do dia a dia costuma nos pregar estas peças, nos deixa tão atordoados, procurando resolver problemas, cumprir prazos, manter rotinas, que acabamos nos perdendo em meio a tudo isso.
Já pensou em fazer uma parada para levantar o astral?
Hoje resolvi ter coragem e enfrentar a tesoura da cabeleireira. Meus cabelos estavam com os fios muito longos, as pontas quebradas, mas eu continuava relutante, com medo de me arrepender de cortá-los.
Não fiz nada radical, só tirei as pontas e fiz um leve repicado de franja longa para emoldurar o rosto. O resultado não poderia ter sido melhor. Saí do salão me sentindo outra pessoa, mais alegre, mais confiante.
Pequenas coisas como um novo corte de cabelo, uma blusa nova, uma massagem, um banho de sol, entre outras possibilidades, é que renovam a nossa auto-estima, melhoram nosso astral e, conseqüentemente, a nossa interação com o mundo e com as pessoas que nele vivem. E, tudo isso junto, só pode atrair energias positivas.
segunda-feira, 6 de agosto de 2007
A Prioridade é Ser Feliz
Quantas vezes ocupamos nossa mente preocupando-nos com problemas que não são nossos? Nos sentimos na obrigação de gastarmos tempo e massa cinzenta buscando fórmulas e soluções para problemas de amigos, familiares e até de desconhecidos.
Não estou fazendo apologia contra a solidariedade, mas a favor de que consigamos aprender que, antes de nos preocuparmos com assuntos alheios, devemos buscar fórmulas e soluções para nossos próprios problemas.
No momento em que me ocupo com minhas coisas, alivio a tarefa de outros se preocuparem comigo, me autodetermino e valorizo-me como ser humano capaz e independente ao mesmo tempo que deixo aos meus afetos a oportunidade de se autodeterminarem e também aumentarem a auto-estima.
Quantos pais, mães, maridos, esposas, filhos, passam mais tempo de suas vidas tentando resolver os problemas de seus queridos e esquecendo de si próprios? Será que esta atitude realmente colabora para que todos sejam mais felizes?
Ajudar, apoiar, torcer para que todos alcancem seus ideais de realização é muito positivo, mas assumir o lugar do outro, é uma forma dissimulada de rotulá-lo de incompetente e de trazer para si as glórias de uma conquista, o que em vez de ser generoso é algo mesquinho e desumano.
Cada um tem o direito de errar e acertar, ninguém é superior a ninguém, dentro das limitações de cada um muito pode ser realizado e valorizado.
Todos temos como prioridade a felicidade, mas só a alcançamos quando a conquistamos dia após dia através de nosso próprio empenho e ajudamos aos outros sem lhes tolher o poder decisório.
Não estou fazendo apologia contra a solidariedade, mas a favor de que consigamos aprender que, antes de nos preocuparmos com assuntos alheios, devemos buscar fórmulas e soluções para nossos próprios problemas.
No momento em que me ocupo com minhas coisas, alivio a tarefa de outros se preocuparem comigo, me autodetermino e valorizo-me como ser humano capaz e independente ao mesmo tempo que deixo aos meus afetos a oportunidade de se autodeterminarem e também aumentarem a auto-estima.
Quantos pais, mães, maridos, esposas, filhos, passam mais tempo de suas vidas tentando resolver os problemas de seus queridos e esquecendo de si próprios? Será que esta atitude realmente colabora para que todos sejam mais felizes?
Ajudar, apoiar, torcer para que todos alcancem seus ideais de realização é muito positivo, mas assumir o lugar do outro, é uma forma dissimulada de rotulá-lo de incompetente e de trazer para si as glórias de uma conquista, o que em vez de ser generoso é algo mesquinho e desumano.
Cada um tem o direito de errar e acertar, ninguém é superior a ninguém, dentro das limitações de cada um muito pode ser realizado e valorizado.
Todos temos como prioridade a felicidade, mas só a alcançamos quando a conquistamos dia após dia através de nosso próprio empenho e ajudamos aos outros sem lhes tolher o poder decisório.
quarta-feira, 1 de agosto de 2007
Energia para Mudar
Li o seguinte no livreto "Levando a Vida Numa Boa", de Ernie J. Zelinski: "Você pode controlar os insultos e indelicadezas que os outros fazem a você. O grau do seu ressentimento é proporcional à energia e à atenção que você dedica a recordá-los. Evite pessoas potencialmente agressivas, assim como situações perigosas. É sempre mais fácil evitar os problemsas do que se livrar deles."
Hoje uma pessoa me procurou, muito aflita, porque o seu chefe havia lhe humilhado por um erro cometido no serviço. Como estes episódios vêm se repetindo, esta pessoa está se desesperando, com receio de perder o emprego e sentindo-se pressionada em tempo integral, o que faz com que tenha cada vez mais problemas.
Conversando com ela expliquei algumas coisas. Primeiro que não devemos criar monstros, e imaginar sempre que as outras pessoas são más e responsáveis por tudo de ruim que nos acontece, que no processo temos a nossa parcela de culpa.
Outra coisa que devemos observar é que nem todos estão sempre de bom-humor e agradáveis, e que nestes momentos de explosão, muito é do temperamento da pessoa explosiva, que despeja sua carga sobre nós, aí devemos saber limitar até onde a pessoa tem razão e a partir de onde ela a perde em razão do seu temperamento doentio.
Após definir as parecelas de culpa de ambas as partes, procurar fazer um balanço se vale mesmo a pena manter uma situação incômoda por ser cômoda. Apesar de fraco o trocadilho, ele é verdadeiro. Muitas pessoas mantém empregos, relacionamentos, etc, por ser cômodo, mesmo que inseridos nestas situações assistam seus dias passarem como se fossem trailers do inferno. Para acabar de vez com estes problemas e tentar viver uma vida mais digna e saudável, temos que ter coragem e força de vontade para alterar o quadro.
Se o chefe é a ignorância em forma de gente, se o salário é ínfimo, se o tempo no serviço passa com a ligeireza de uma tartaruga, convém repensar se vale a pena ficar marcando passo ou enfrentar o desafio de procurar algo melhor. A busca vai ser demorada? Talvez. Encontrar algo melhor é incerto? Com certeza. Então por que arriscar? Porque pior do que está é difícil de ficar. Porque arriscar é viver o desafio estimulante de colocar toda a energia e alegria na busca de dias melhores, mais saudáveis e alegres. E o que todos queremos nesta vida é sermos felizes e sem sofrer e quem não busca isto já morreu e não sabe.
Hoje uma pessoa me procurou, muito aflita, porque o seu chefe havia lhe humilhado por um erro cometido no serviço. Como estes episódios vêm se repetindo, esta pessoa está se desesperando, com receio de perder o emprego e sentindo-se pressionada em tempo integral, o que faz com que tenha cada vez mais problemas.
Conversando com ela expliquei algumas coisas. Primeiro que não devemos criar monstros, e imaginar sempre que as outras pessoas são más e responsáveis por tudo de ruim que nos acontece, que no processo temos a nossa parcela de culpa.
Outra coisa que devemos observar é que nem todos estão sempre de bom-humor e agradáveis, e que nestes momentos de explosão, muito é do temperamento da pessoa explosiva, que despeja sua carga sobre nós, aí devemos saber limitar até onde a pessoa tem razão e a partir de onde ela a perde em razão do seu temperamento doentio.
Após definir as parecelas de culpa de ambas as partes, procurar fazer um balanço se vale mesmo a pena manter uma situação incômoda por ser cômoda. Apesar de fraco o trocadilho, ele é verdadeiro. Muitas pessoas mantém empregos, relacionamentos, etc, por ser cômodo, mesmo que inseridos nestas situações assistam seus dias passarem como se fossem trailers do inferno. Para acabar de vez com estes problemas e tentar viver uma vida mais digna e saudável, temos que ter coragem e força de vontade para alterar o quadro.
Se o chefe é a ignorância em forma de gente, se o salário é ínfimo, se o tempo no serviço passa com a ligeireza de uma tartaruga, convém repensar se vale a pena ficar marcando passo ou enfrentar o desafio de procurar algo melhor. A busca vai ser demorada? Talvez. Encontrar algo melhor é incerto? Com certeza. Então por que arriscar? Porque pior do que está é difícil de ficar. Porque arriscar é viver o desafio estimulante de colocar toda a energia e alegria na busca de dias melhores, mais saudáveis e alegres. E o que todos queremos nesta vida é sermos felizes e sem sofrer e quem não busca isto já morreu e não sabe.
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